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agosto 26, 2005

Cinema Argentino

O Cinema na Argentina tem passado por uma revigoração desde a década de 1990, apesar da forte crise econômica atravessada pelo país. Filmes como El Hijo de la Novia, Nueve Reinas, Plata Quemada, El Abrazo Partido, Kamtchatka, La Ciénaga e Cenizas del Paraíso atestaram um salto de qualidade técnica e de linguagem na produção nacional e lançaram à fama internacional cineastas como Lucrecia Martel, Daniel Burman e Marcelo Piñeyro.
A Argentina também foi o primeiro país da América Latina a produzir um longa-metragem que recebeu o certificado Dogma 95, com o filme Fucklands, de 1999.

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O premiado La Ciénaga: entre o hipernaturalismo e a metáfora

Posted by Sandino at 10:35 PM | Comments (3)

Proteção à infância

O relatório "Mortes por Armas de Fogo no Brasil", lançado em junho desse ano pela Unesco, revela que a mortalidade entre os jovens passou de 7,9% do total de mortes juvenis em 1979, para 34,4%, em 2003. Isso significa que um em cada três jovens que morrem no país é vítima de arma de fogo. A maioria das vítimas são negros e pobres como os casos de Leonardo Cunha de Souza e os irmãos Robson Willian da Silva Cassiano e Jorge Wellington da Silva Cassiano, assassinados quando tinham apenas 18, 16 e 14 anos respectivamente.
A história desses três adolescentes teve como agentes da violência os próprios policiais do estado. Antes do assassinato os jovens receberam ameaças dos policiais que acabaram cumprindo o prometido. Leonardo, Robson e Jorge eram jovens que residiam em Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro. Os três cometeram um pequeno furto e foram assassinados por policiais. Em 1999, o caso foi enviado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Os casos de agressão e morte de adolescentes no Brasil resultaram em um projeto (Projeto de Lei 5234/05) que está em tramitação no Congresso Brasileiro que institui o programa de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte. Cerca de R$ 2,5 milhões estão previstos no orçamento do governo federal em 2005 para a proteção de crianças e adolescentes ameaçados de morte, como informou a Agência Câmara de Notícias.
De acordo com informações da Agência Câmara, o programa garante que as crianças e os adolescentes ameaçados de morte tenham segurança na própria residência, incluindo o controle de telecomunicações; escolta de segurança nos deslocamentos, inclusive para fins de trabalho ou para prestação de depoimentos; transferência de residência, de local de cumprimento de medidas socioeducativas ou acomodação provisória em ambiente compatível com a proteção; preservação da identidade, imagem e dados pessoas; e ajuda financeira mensal para prover as despesas necessária à subsistência individual ou familiar.

Posted by Sandino at 10:17 PM | Comments (1)

Desarmamento

No dia 23 de outubro, aproximadamente 120 milhões de brasileiros vão às urnas durante o referendo do desarmamento. Os eleitores vão decidir se são a favor ou contra a proibição do comércio de armas de fogo e munições no país. Entidades que defendem a proibição da venda de armas produziram uma cartilha em que defendem sua posição.
Em 20 páginas, a cartilha apresenta um bom volume de informações sobre o uso de armas e o impacto no cotidiano do brasileiro. De acordo com um levantamento da Organização das Nações Unidas, que consta na cartilha, o Brasil é recordista mundial em mortes causadas por armas de fogo.
Todos os anos, 38 mil brasileiros morrem vítimas de armas de fogo, o que equivale a uma morte a cada 12 minutos. Apesar de ter apenas 2,8% da população mundial, o país é responsável por 8% dos homicídios com armas de fogo registradas em todo o planeta. Os jovens são um das grandes vítimas. As armas são o motivo de 38,8% das mortes de pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos.
As entidades que produziram a cartilha vêem na proibição do comércio um passo importante para diminuir a violência no Brasil. Elas argumentam que tirar as armas de circulação ajuda a desarmar os criminosos. "Involuntariamente, o "homem comum" que compra uma arma na loja acaba abastecendo o crime, quando a sua arma é roubada, perdida ou revendida", diz a cartilha. No ano de 2003, no Brasil, aproximadamente 40.000 armas foram roubadas ou furtadas, segundo dados da própria Polícia Federal.
O Governo Brasileiro já tirou de circulação mais de 400 mil armas de fogo, através de uma campanha de entrega voluntária. Depois de iniciada a campanha, houve uma redução de 7% no número de pessoas internadas em hospitais de São Paulo com ferimentos causados por armas. No Rio de Janeiro, esta redução foi maior: 10,5%.
Ferramenta de democracia
O referendo sobre o comércio de armas de fogo e munições está previsto no Estatuto do Desarmamento e será o primeiro realizado no Brasil desde a promulgação da Constituição Federal em 1988.
Instrumento de consulta popular, o referendo se assemelha a uma eleição, mas em vez de os eleitores escolherem algum candidato para ocupar um cargo público, eles opinam sobre uma lei (ou parte dela) já aprovada pelos legisladores.
A Constituição prevê ainda outra forma de consulta popular: o plebiscito, que é a verificação da vontade popular em relação a um assunto sobre o qual ainda não se legislou e que serve para orientar os governantes a decidirem conforme a vontade da maioria popular. Em 1993, os brasileiros participaram de um plebiscito que definiu a forma (república) e o sistema de governo (presidencialismo) do país.

Posted by Sandino at 10:09 PM | Comments (9)

Revista gera renda para pessoas em situação de rua

Nega Gizza, a jovem que quebrou a hegemonia masculina no mundo do rap; o cotidiano dos índios Yanomamis; a mistura de músicas clássicas e populares no trabalho da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Temas estampados em capas da revista Ocas, agora reunidas numa exposição, em cartaz na cidade de São Paulo, e que contam a trajetória da publicação que está completando três anos.
A revista Ocas, especializada em assuntos políticos, culturais e sociais, é vendida exclusivamente por pessoas em situação de rua das duas maiores cidades brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. A revista tem circulação mensal e já teve 36 edições publicadas. À frente da revista, está uma entidade com o mesmo nome: Ocas - Organização Civil de Ação Social. Criada em 2001, tem como objetivo fornecer instrumentos de resgate da auto-estima à população em situação de rua, por meio de geração de renda e de promoção da autogestão.
Todos os vendedores da revista têm mais de 18 anos. Inicialmente, cada um deles recebe exemplares gratuitos da publicação. Depois, eles passam a comprar por R$ 1,00 cada exemplar e a revender por R$ 3,00. A diferença entre o preço de compra e o de venda para o consumidor final fica com o próprio vendedor.
Além da publicação da revista, a Organização tem procurado parcerias para viabilizar o acesso a serviços habitacionais, educacionais e de saúde às pessoas atendidas pelo projeto.
Venda de revista garante moradia
Cláudio Bongiovani mora em São Paulo. Na cidade, divide, com um amigo, um pequeno apartamento de apenas um cômodo. O aluguel, no valor de R$ 180,00, eles pagam com o dinheiro que arrecadam com a venda de exemplares da revista Ocas. "Vendo Ocas de manhã e o meu colega a tarde", explica Bongiovani.
Ex-morador de rua, ele conta que reestruturou a vida a partir deste projeto desenvolvido pela Organização Civil de Ação Social, responsável pela publicação da Ocas. Bongiovanni e o amigo vendem juntos, em média, 100 revistas por mês. "Quando conteúdo é bem chamativo vendemos mais", ressalta.
Estudantes universitários são os principais leitores da revista, mas também há executivos que compram exemplares da publicação. "Nós conversamos com o freguês, se cria uma relação com ele. É um publico fiel, que compra a revista logo que sai", diz seu Cláudio Borges, com o tom de quem já apreendeu os segredos deste tipo de comércio. "Se ainda tivesse morando na rua, não teria esse conhecimento", completa.

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Revista Ocas: vendida exclusivamente por pessoas em situação de rua

Posted by Sandino at 10:03 PM | Comments (0)

Políticas de inclusão

Pela primeira vez em São Paulo, Encontro da Mídia Legal reúne procuradores da República, especialistas em inclusão e comunicadores. As palestras, abertas ao público, acontecem nos dias 13 e 22 de setembro, na USP.
O que fazer quando a escola não aceita uma criança por ela ter deficiência? Os profissionais de saúde devem interferir nos processos de inclusão escolar? Salas especiais para crianças com deficiência são uma etapa para a construção de escolas inclusivas? Os conselhos de direitos estão aptos a trabalhar a favor da inclusão de qualquer criança, incluindo aquelas com deficiência?
Estas e muitas outras dúvidas a população pode tirar com procuradores da República e especialistas no 4º Encontro da Mídia Legal, organizado pela ONG Escola de Gente - Comunicação em Inclusão em parceria com o Centro de Direitos Humanos (CDH), Grupo 25, Instituto Pro-Bono e Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, e que conta com o apoio da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), USP, USP Legal, Rede Saci e WVA Editora.
Pela primeira vez em São Paulo, o projeto discute o tema "Políticas de Inclusão", com entrada franca para o público interessado. As três primeiras edições foram realizadas no Rio de Janeiro
Os encontros da Mídia Legal objetivam mobilizar universitários para criar e/ou fortalecer um determinado movimento dentro da universidade sobre o direito à inclusão.
As reflexões do público e dos palestrantes vão gerar a publicação Manual da Mídia Legal 4 - Comunicadores pelas Políticas de Inclusão, redigido pela equipe da Escola de Gente e por universitários de comunicação, direito e ciências sociais da USP e da Uerj, onde acontecerá a versão carioca do projeto. Este Manual será lançado em dezembro e, a exemplo dos anteriores, distribuído gratuitamente para jornalistas e formadores de opinião.
As palestras e debates abertos ao público acontecem sempre das 9h às 12h, no Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da USP (Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues) - Cidade Universitária.

Posted by Sandino at 09:58 PM | Comments (0)

Multinacional preocupa

Enquanto diversos municípios do Rio Grande do Sul brigam entre si para ver quem vai levar a fábrica da Nestlé, movimentos sociais do campo e ambientalistas alertam para o perigo da chegada da multinacional. O histórico da empresa em outros países mostram que ela gerou desavença e quebrou muitas cooperativas e pequenos produtores.
Roberto Malvezzi, da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), analisa as conseqüências da instalação da Nestlé no RS. "A depender da organização dos produtores, ela pode se tornar hegemônia na produção do leite, o que fará com que os pequenos produtores se tornem subalternos a uma multinacional".
Entretanto, organizações afirmam que a fabricação de leite em pó serve apenas como fachada. O real interesse da Nestlé seria o controle sobre o Aqüífero Guarani, maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo. "A água é um negócio, e uma das multinacionais que fazem da água uma mercadoria é a Nestlé. Ela está procurando o Aqüífero Guarani", diz Malvezzi.
A Nestlé irá decidir até o mês de outubro em que município a fábrica de leite em pó será implantada. Carazinho e Santa Rosa são as cidades mais cotadas.

Posted by Sandino at 09:45 PM | Comments (0)

A genialidade de um mito

O Joy Division é uma das mais importantes bandas de rock da história. Fato incontestável. A prova disso é o culto na qual é alvo até hoje. Surgida em meio ao movimento pós-punk da prolífica Manchester, de onde não paravam de surgir bandas, todas influenciadas pela anarquia descabelada dos Sex Pistols. Ian Curtis, o genial vocalista, morto no auge, vai continuar para sempre sendo reverenciado pelo poder, lirismo e angústia de suas grandes canções.

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De Manchester para a história do rock

A idéia inicial de montar uma banda partiu de dois amigos inseparáveis, Peter Hook e Bernard Dicken. Ian Curtis era apenas um conhecido, um doido que andava por shows punks.
Diz a lenda que o grupo foi batizado de Stiff Kittens ("gatinhos rijos") por Pete Shelley, o cabeça dos Buzzcocks. Esta versão é contestada pelo livro “An Ideal for Living”, onde está escrito que tudo começou na casa onde moravam o empresário dos Buzzcocks e Howard Devoto (co-fundador do grupo, que saiu pra montar o Magazine). Uma bela noite, uma garota chamada Lou entrou na sala e disse: "Lá em cima está cheio de gatinhos durinhos", anunciando que a gata deles havia abortado toda a cria. Mas eles não estavam satisfeitos com o nome, soava como uma banda punk qualquer, o que definitivamente não era o caso. Optaram por Warsaw (Varsóvia), a partir de "Warzawa", faixa de Low, de David Bowie, na qual Ian era fanático. Estrearam abrindo um show dos Buzzcocks, no final de maio de 1977, no Electric Circus - misto de galpão e night club que durou só até outubro daquele ano, mas foi o vértice da cena punk de Manchester. Comentário de um jornalista enviado para cobrir o evento, sobre o Warsaw: "Nem o mais demente metaleiro poderia se excitar com isso".
A banda ainda passaria o ano de 77 como Warsaw. Ao mesmo tempo que o punk tomava o poder e passava a ser a atração mais "quente" do show-biz, o quarteto abria muitos shows por clubes do norte da Inglaterra. O primeiro registro em vinil acabaria sendo "At a Later Date", incluída num EP ao vivo, gravado durante o fim de semana de despedida do Electric Circus, Short Circuit. É ouvir e constatar: o Warsaw era apenas mais uma banda punk, sem identidade além de um elo entre os Stooges e os Buzzcocks. Demorariam cerca de um ano para forjar uma alquimia sonora que deixaria uma marca incicatrizável no rostinho "adolescente" da música pop.
O novo batismo viria de um livro sobre sadomasoquismo nos campos de concentração alemães, “The House Of Dolls”. As chamadas "divisões da alegria" seriam os espaços reservados para as prostitutas e presas mantidas vivas para a diversão dos oficiais.

Uma pessoa responsável pelo som poderoso do Joy Division é, com certeza, Martin Hannet. Grande produtor, mixava de forma inovadora o LP: colocou a bateria à frente de todos os instrumentos, fora o baixo ultra-melódico de Peter Hook, por trás de tudo a voz de Curtis, abrindo planos como o Saara dentro de uma música essencialmente compacta. A guitarra de Bernard, pouco aparecia. Ao ouvirem pela primeira vez a mixagem final do álbum, reações distintas: Bernard e Peter odiaram (acharam sombrio e pouco barulhento); Ian gostou; Tony Wilson, o chefão, adorou; a imprensa, caiu de quatro.
Unknown Pleasures foi lançado em junho de 1979 e colocou jornalistas dos quatro cantos da Inglaterra atrás da banda para marcar entrevistas e sessões de fotos. Não aceitavam de jeito nenhum. O disco era realmente maravilhoso: "Shadowplay", "Disorder", a linda "She´s Lost Control", clássico atrás de clássico. O que marcava as pessoas era a depressão das letras, que pareciam vindas de um velho a beira da morte. Uma resenha, no semanário inglês Sounds, intitulada Death Disco fez um comentário peculiar: "Quem estiver com depressão quando ouvir este disco, vai se atirar de uma janela". A popularidade da banda aumenta ainda mais com o lançamento do single "Transmission". Ao vivo, Ian Curtis tornava-se um espetáculo à parte, dançando freneticamente e simulando espasmos convulsivos. Na verdade, o estranho balé era uma alusão à epilepsia, doença controlável, à qual Ian travava uma batalha incessável. Muitas vezes mal se podia saber se eram convulsões verdadeiras ou se faziam parte do show.
Com a morte de Ian, os remanescentes do Joy Division, recrutam a tecladista Gilliam Gilbert e montam o New Order, outra banda genial com seus toques eletrônicos, uma evolução da banda anterior. Mas isso é outra história.
Começam a pipocar as óbvias coletâneas póstumas. Uma coisa é certa: a genialidade de Ian Curtis estará sempre acima de oportunismos ou artistas que não honram o microfone que seguram. Um ser eterno, o grande mártir dos anos 80. Suas letras maravilhosas não vai sair da cabeça de seus fãs nunca. "And Love, love will tear us apart again...".

Posted by Sandino at 09:35 PM | Comments (0)

Leminski sempre!

"Esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"
(Paulo Leminski)

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Por que te vas?

Boa Viagem
(Isabella Benício)

Quem parte não imagina
Que a mala arrumada
Não leva apenas os pertences
Tão cuidadosamente escolhidos.
Leva as marcas das entranhas,
Belas, doídas, feridas, vividas,
Compreendidas ou estranhas.
Leva pilares da vida.
Leva pessoas, leva valores,
Leva dúvidas, certezas, delicadezas,
Medos, enredos, segredos,
Leva alegrias, poesias, dores,
Leva os pais, os avós, os amigos,
Os amores.
Leva o concreto e o etéreo,
A claridade e o breu,
Aquilo que lhe é caro e
O que não reconhece como seu.
Leva o que vai no ar, aquilo que não se vê,
Ocupando o ínfimo espaço entre livros,
Roupas, poemas, músicas e guardados,
Entre os objetos conscientemente separados.
Leva no ar quem há de lhe velar à distância,
Silenciosa e resignadamente,
Por cada passo, a cada beco, a cada copo,
A cada esquina em que houver uma garoa,
A cada fracasso ou conquista boa,
A cada gripe que quiser lhe pegar,
A cada insônia que não lhe deixar sonhar.
Quem parte não se dá conta que leva
O que distraidamente fingiu esquecer.
Leva algo de quem fica
Única coisa capaz de aquecer
Quando a solidão teimar em doer.
Por isso, se o choro chorar baixinho,
Ou quando a saudade for dor
Me tira do fundo da mala
E me faz teu cobertor.

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Posted by Sandino at 09:03 PM | Comments (0)

Ensaios...

E os ensaios prosseguem! Muito rock´n´roll, punk, pitadas mods vão sendo incorporadas ao projeto Sandino & os Genuínos.
A banda conta com Sandino (voz), Fernando Urbano (guitarra e voz), Jô (guitarra e voz), William (baixo) e Telmo (bateria).
Em breve estarão disponíveis faixas dos ensaios!

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Sandino & os Genuínos

Posted by Sandino at 08:54 PM | Comments (0)

agosto 10, 2005

Laranja Mecânica: uma obra definitiva

Violento, bombástico, arrebatador, sonoro, dançante e assustador. O alucinado Alex tem sua própria forma de se divertir. Sempre às custas da tragédia dos outros. A transformação de Alex de um punk sem moral até um cidadão exemplar doutrinado e sua volta ao estado rebelde, compõe a chocante visão do futuro que Stanley Kubrick elaborou a partir do livro de Anthony Burgess. As imagens inesquecíveis, a música arrebatadora, e a linguagem fascinante utilizada por Alex e sua gangue, foram moldadas por Kubrick neste conto sobre os caminhos da moralidade. Extremamente controvertido na época de seu lançamento, "Laranja Mecânica" ganhou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção da Associação dos Críticos de Cinema de Nova York, e recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme.
O poder de sua arte é tamanha que ainda nos atrai, choca e nos mantém preso em seu domínio. Hoje, a temática do filme é tão atual quanto nos anos 70.

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Posted by Sandino at 11:12 PM | Comments (2)

Notícias de Guantánamo

A base naval dos Estados Unidos no território cubano de Guantánamo continua preocupando os defensores dos direitos humanos. Agora, os presos afegãos, detidos em Guantánamo e extraditados para seu país, correm o risco de sofrer torturas, maus tratos e abusos contra os direitos humanos. É que o Governo dos EUA fez um acordo com o Governo do Afeganistão, e o mesmo pode ser feito com o Iêmen e a Arábia Saudita.
Isto, para a Anistia Internacional, é arriscado pois, obrigados a voltar para seus países de origem, podem correr perigo. O próprio Departamento de Estado estadunidense tem informado sobre graves violações de direitos humanos nos três países para onde pensa extraditar detidos.
O informe sobre o Afeganistão (Report for Afghanistan), do Departamento de Estado estadunidense, para 2004, informou que, neste país, os presos são agredidos, torturados ou não recebem uma alimentação adequada. A tortura e os maus tratos são práticas comuns na Arábia Saudita, como as duras condições de reclusão e a detenção indefinidas sem sentenças, nem julgamentos. A detenção arbitrária e a reclusão sem sentenças, nem julgamento, em relação à "guerra contra o terror", é, há muito tempo, um motivo de preocupação com o Iêmen, da mesma forma que as condições de detenção.
Segundo um informe da Anistia, entre outros casos, é relatado o de um cidadão do Iêmen extraditado de Guantánamo em abril de 2004, que continua encarcerado no país sem sentenças, nem julgamento.

Posted by Sandino at 10:59 PM | Comments (0)

A verdadeira Mary Pop

Filosofia agora é pop
Por Ana Santa Cruz e Rodrigo Brancatelli

Antes relegada aos círculos acadêmicos, a filosofia cai no gosto de artistas, empresários, socialites e estudantes. O interesse pelo assunto leva à multiplicação de cursos ministrados por professores de renome, traduz-se na vendagem de livros de linguagem acessível e até pela expansão de práticas contestadas de aconselhamento filosófico e filosofia clínica...
A empresária e socialite Yara Baumgart, freqüentadora assídua das páginas de Caras, fez. A atriz Claúdia Abreu, a malvada Laura da novela “Celebridade”, faz. O ex-jogador de futebol e neo-ongueiro Raí vai fazer. Yara formou-se recentemente pela PUC de São Paulo. A atriz divide-se entre os estúdios de gravação de novelas e os bancos acadêmicos da PUC do Rio de Janeiro, onde cursa o quarto ano. Raí foi atrás de uma solução mais imediatista em vez de ralar quatro anos em uma universidade: matriculou-se em uma das turmas do curso “Os Pensadores” da Casa do Saber, instituição comercial inaugurada no ano passado em São Paulo e que vai de vento em popa na missão de dar um lustre no conhecimento durante encontros quinzenais, mediante o pagamento de R$ 630.
Yara, Cláudia e Raí são alguns dos nomes mais célebres entre o crescente número de interessados em conhecer a fundo a tal da filosofia. Nos últimos anos, formar grupos sob a orientação de um professor para discutir o pensamento de nomões como Decartes, Kant e Nietzsche extrapolou o ambiente das universidades e, digamos, ganhou as ruas. “Hoje é até ‘in’ estudar filosofia”, diz Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo e colaborador da AOL do Brasil. E por que isso acontece? “Porque quando se atende às necessidades básicas, a indagação atinge outro nível. Quem se questiona não o faz porque precisa sobreviver. Faz isso porque chegou a um patamar tal de qualidade que pode ir adiante e pensar: ‘O que vou fazer?’, ‘O que vou ser?’. Estas são questões essencialmente filosóficas.”
A busca por respostas alavanca as vendas de livros de filósofos cujo trabalho é direcionado aos leigos. Na Europa, o maior expoente é Alain de Botton. Suíço radicado em Londres, Botton, de apenas 34 anos, mescla seus ensinamentos com uma boa dose de humor ao tratar de questões cotidianas que atormentam a humanidade desde que o mundo é mundo. Em um de seus mais recentes livros, “Consolações da Filosofia” (Editora Rocco), invoca Sócrates, Epicuro, Sêneca, Montaigne, Schopenhauer e Nietzsche para falar de falta de dinheiro, da dor do amor rejeitado, do sentimento de inadequação na sociedade, da ansiedade, do medo de falhar.

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Friedrich Wilhelm Nietzsche: caindo no gosto de socialites, tornando-se "in" e rentável.

Há quem goste do estilo ligeiro e bem humorado de Botton mesmo entre os acadêmicos. “Ele é hábil com idéias. Tanto por traduzir com inteligência os sentimentos inenarráveis do cotidiano quanto por produzir livros filosóficos com linguagem acessível e suscinta”, elogia João Paulo Mascarenhas, professor de filosofia da PUC de São Paulo. Mas a opinião favorável ao autor suíço não é compartilhada por Renato Janine Ribeiro. Ele faz restrição a títulos do tipo “Como Proust pode mudar sua vida”, um dos best-sellers do filósofo Alain de Botton. “Não gosto dos livros no formato de manual que pretendem ensinar apresentando resultados ou soluções. Interessante é o livro de introdução à filosofia que familiariza o leitor com a matéria por meio da dúvida”. O professor paulista também evita apontar obras de introdução que distinguem teses e escolas, o que resulta em algo pesado. Um dos caminhos indicados por ele para os leigos é procurar livros pelos quais o leitor se apaixone. Um exemplo? “O mundo de Sofia”, best-seller de Jostein Gaarder, que ficou na lista dos mais vendidos durante meses no Brasil. “O bom destas obras é que elas ajudam o leitor a identificar o segundo passo: que filósofo ler”, diz Janine Ribeiro.
Na mesma linha de Allain de Botton, há o canadense Lou Marinoff, professor da City College de Nova York, e autor de quatro livros, todos best-sellers. Seu título mais famoso, “Mais Platão, menos prozac”, foi publicado em 20 países. No Brasil, foi editado pela Record e traz apresentação de... Paulo Coelho! Por aqui, o livro já está na sexta edição e vendeu 15.466 cópias. Este número o torna um sucesso editorial. Além de viver dos direitos autorais de suas publicações, Lou Marinoff também faz palestras em empresas e em eventos especialíssimos como o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e se dedica a um novo ramo de atividade: o aconselhamento clínico. Trata-se de prática que consiste em uma sessão parecida a de psicanálise, na qual o cliente que o procura é bombardeado por perguntas e instado a fazer outras tantas a si mesmo em busca de solução para determinada angústia ou problema. O preço cobrado por sessão é de 100 dólares, valor correspondente ao de uma tradicional sessão de psicanálise.
Pela prática do aconselhamento filosófico, Marinoff tem sido muito atacado. A principal crítica pode ser resumida na pergunta: como pode um filósofo, portanto, uma pessoa sem treinamento médico, saber se o problema que aflige um cliente não requer intervenção de um médico? A reportagem da AOL fez a pergunta ao canadense (clique aqui e leia a entrevista completa). Sua resposta: “Filósofos são altamente treinados na arte do diálogo, do questionamento, na arte do pensamento crítico. O que fazemos com as pessoas que nos procuram é ter certeza de que elas realmente têm um problema filosófico e não um de ordem médica. É exatamente isto que fazemos na primeira sessão: descobrimos o motivo que faz com que elas venham a nós”.
A maneira consolidada da prática do aconselhamento filosófico surgiu em 1981, na Alemanha. O primeiro filósofo a dar consultas particulares foi Gerd Achenbach. Como parte de um programa de prevenção ao suicídio ele se pôs à disposição de quem quisesse conversar sobre suas angústias. O filósofo alemão não chegou a elaborar um método de atendimento e até hoje ataca as pessoas que, como Marinoff, usam a filosofia com a finalidade de cura.
Mesmo à revelia de Achenbach, a prática se disseminou pela Europa, pelos Estados Unidos e pela América do Sul. No Brasil, um dos seguidores é o filósofo gaúcho Lúcio Packter que introduziu e radicalizou a prática em Porto Alegre, em 1994. Packter explica o que faz: a pessoa procura um filósofo com uma angústia, e o filósofo, dependendo da natureza da queixa, pede o exame de um clínico geral. “Às vezes uma pessoa apresenta dores de cabeça, ansiedades, angústias e isso é o resultado de choques internos graves. Ficam depressivas porque querem fazer algo que entra em choque com seus valores. O filósofo pode ajudar neste ponto”, diz Packter.
Diante das críticas sobre o perigo potencial de um filósofo tratar com palavras quem precisa de ajuda especializada ele responde: “A filosofia é, por natureza, polêmica por si só. O filósofo aprende desde a graduação a questionar os outros, a se questionar e a ser questionado”. Packter já treinou mais de duas centenas de colegas na mesma prática e faz, em média, de cinco, seis palestras em universidades de todo Brasil todos os meses. Ou seja, ele repete o mesmo caminho trilhado por seus colegas Allain de Botton e Lou Marinoff, transformando a filosofia em um negócio rentável. Algo que provavelmente o pai dos filósofos, o grego Sócrates, nunca imaginou que pudesse acontecer.

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Pixies: a música do século XX

O pop atual deve muito à banda americana Pixies. Surgido no final dos anos 80, em Boston, este quarteto injetou uma bem-vinda dose de energia no rock desanimado de então. Recentemente foi lançado um pacote com cinco CDs que só haviam sido lançados em vinil ou permaneciam fora de catálogo. O melhor deles chama-se Doolittle. Segundo álbum da banda, é também aquele em que ela atinge o equilíbrio perfeito entre letras inteligentes, belas melodias e atitude punk - ou seja, músicas curtas e sem floreios. Tais elementos tiveram influência decisiva sobre artistas que engatinhavam no período. Até Kurt Cobain, líder do Nirvana, curvava-se perante eles.
Guitarras raivosas, rabugentas e distorcidas, letras desconcertantes, sociais, sexuais, masoquistas, religiosas, fragmentos vocais, enfim, o Pixies está entre as maiores influências musicais da música popular do século XX.

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agosto 01, 2005

outros sons, outras batidas...

O jornalista Marcello Lujan – amigo interpessoal de Sandino desde os tempos da maternidade avisa que Associação Cultural de Jacutinga realizará em novembro a IV Semana Cultural.
O evento terá shows, teatro, mostra de vídeos, dança, exposição de artes... A Associação Cultural quer trazer o guitarrista Edgar Scandurra (Ira!) para “detonar uma rave cultural” com o show Benzina. No último final de semana, a banda Ira! esteve em Jacucity e as negociações já começaram! A programação do evento será definida nos próximos dias!
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