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janeiro 20, 2005

Assim caminha a humanidade...

O Homem Revoltado
Por Caetano Procópio*

Para o escritor Albert Camus o mundo é uma representação do absurdo e a constatação desse estado, um trabalho da inteligência, um exercício de lucidez.
Somente a luta incansável contra as injustiças e a morte é capaz de dar legitimidade à condição humana, além de um sentido à revolta. Mas esse sentimento quando prescindido de humanidade se transforma no mais profundo desespero.
O século XXI nasceu despedaçado, sem perspectivas. O fundamentalismo, tanto religioso quanto político, apareceu como solução irremediável para justificar o vazio das almas e desarmar o universo de incertezas que erigiu juntamente com a perspectiva niilista do ódio.
Essa revolta sem argumento é uma confirmação do absurdo original que aliena e desumaniza o ser negando-lhe a própria inteligência, afinal, qual o sentido da existência senão aquilo que os homens se propõem a construir?
A tragédia de nossos dias é o resultado do individualismo burguês que exige o egoísmo como norma de conduta moral para se atingir o “sucesso” e assim transformar os indivíduos em “vencedores”. Exatamente o oposto ao que Marx propôs acerca do homem, um ser genérico e comunitário.
Se esse sucesso não é obra do acaso, também não é por mera casualidade que o fracasso acabe por produzir sofrimento, insatisfação, desespero e a brutalidade contra uma razão injusta e despropositada. O homem do século XXI traz consigo a revolta estéril dos sem esperança.
A solidariedade nunca foi tão necessária e talvez a única alternativa para a encruzilhada em que a humanidade se encontra.

* É advogado em Araçatuba (SP) e amigo de Sandino dos tempos de moleque.

Posted by Sandino at janeiro 20, 2005 04:54 PM

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